Silêncio

Não sou perfeito e isso é fascinante. Minha especialidade é falhar e eu falho. Tenho falhado e sei que independentemente dos esforços vou continuar a falhar. A falha é também o caminho da vitória. E eu falho, não sou perfeito.

Acordei querendo fazer silêncio, querendo ficar. Querendo nao ser nada. Não ter impacto nenhum. Queria conseguir apagar o meu impacto no mundo. Porque sou falho. Sei que sou e sei que continuarei sendo. E isso me fez ter vontade de eu me autoeliminar-me a mim mesmo. Como se assim eu eliminasse a falha, quando é assim negativa. A falha positiva é difícil conceber a todo o tempo. E hoje não quero mais falhar, mas mesmo assim, continuarei falhando e a minha autodestruição só seria mais uma falha.

Não sou perfeito e quero fazer silencio. O silêncio é o lugar mais acolhedor que conheço. O silêncio ou o lugar onde as palavras não são só elas. Lá eu posso falhar sem ressalvas.

Trabalhei muito pra falar mas hoje quero o silêncio que sempre foi mei refúgio em infâncias distantes. E mesmo reconquistando a fala, ainda o sinto como esse refugio. Esse lugar capaz de me proteger de todo o mal do mundo.

Falo falo falo mas quero mesmo é fazer silêncio. É falar em enigmas, é inventar palavras e falhar lá. Falhar fazendo silêncio e falhar inventando palavras são as falhas que mais me encantam. Quero falar e quero ter a fala no campo da espontaneidade. Mas principalmente quero falar o que quero falhar.

Quero fazer silêncio às vezes. Quero brincar com as palavras e poder ser imperfeito aqui. Poder falar e falhar aqui. Ser aqui e ser acolhido enquanto falho.